De pais para filhos: doenças oftalmológicas congênitas

doenças oculares congênitas

Conheça as principais doenças oftalmológicas congênitas, seus sintomas, como preveni-las e tratá-las.

Você já reparou na saúde dos olhos dos seus pais? Se algum deles tem alguma disfunção, você precisa ir ao oftalmologista para fazer exames preventivos. Isso porque, em nosso DNA temos heranças genéticas que podem incluir doenças oftalmológicas congênitas, aquelas passadas de pais para filhos.

Então, repare se seus pais usam óculos, converse com eles e escreva um histórico familiar para traçar com o seu médico um diagnóstico precoce. A incidência de patologias oftalmológicas congênitas no Brasil é muito alta. Por exemplo, 40% dos casos de cegueira têm conotação genética, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). Imagine quantos desses casos poderiam ter sido evitados com alguma ação prévia.

Além de te encorajar a procurar um oftalmologista com prioridade, como forma de prevenção, queremos te contar quais são as cinco doenças genéticas mais comuns, seus sintomas e algumas formas de tratamento. Vamos ler?

Cinco doenças oftalmológicas congênitas mais comuns

1. Catarata Congênita

A catarata é uma doença que atinge e torna opaco o cristalino – conhecido como a “lente” dos olhos. A Catarata Congênita apresenta seus sintomas no nascimento ou já nos primeiros dias e pode ser identificada por meio do teste do olhinho.

Principais sintomas:

  • Redução da acuidade visual;
  • Sensação de visão embaçada ou com névoa;
  • Sensibilidade à luz;
  • Alteração da visão e das cores;
  • Em estágio avançado: visão de vultos ou cegueira.

Meu bebê apresentou catarata congênita, o que fazer?

O único tratamento eficaz para a catarata é o cirúrgico, e no caso da Catarata Congênita, o oftalmologista infantil irá avaliar o momento correto de realizar a cirurgia, de acordo do quão avançada está a doença após o nascimento.

O procedimento é seguro e definitivo, contudo o acompanhamento com o Oftalmopediatra será necessário durante todo o desenvolvimento para estimular ao máximo a visão do olho afetado pela Catarata.

2. Retinose Pigmentar

A retinose pigmentar é uma degeneração progressiva dos fotorreceptores retinianos, que são os cones e bastonetes oculares – estruturas que transformam o estímulo luminoso em imagem. A doença prejudica a visão, porque os fotorreceptores deixam de captar a luz. Esse defeito faz com que o nosso cérebro não forme uma imagem, do modo como vemos quando estamos saudáveis.

Principais sintomas:

  • Dificuldade de enxergar no período noturno;
  • Visão lateral prejudicada;
  • Perda do campo visual periférico;
  • Tropeços constantes;
  • Comprometimento da visão central;

Como controlar a doença?

A retinose pigmentar ainda não tem cura, contudo, o consumo de alimentos ricos em vitamina A e DHA pode auxiliar no seu controle.

3. Glaucoma

O Glaucoma é uma doença que afeta o nervo óptico, estrutura localizada no fundo do olho responsável por conectar nossos olhos ao nosso cérebro, e tem como principal causa o aumento da pressão intraocular. Os casos de Glaucoma Congênito são raros, esua causa mais comum é uma dificuldade de drenagem do líquido produzido dentro dos olhos. Na sua forma avançada, pode ser diagnosticada por meio do Teste do Olhinho.

Principais sintomas:

O Glaucoma é uma doença normalmente assintomática, e de progressão lenta. Contudo, em casos de Glaucoma congênito ele pode apresentar:

  • Aumento do tamanho do globo ocular;
  • Aspecto turvo e inchaço da córnea;
  • Vermelhidão nos olhos;
  • Excesso de secreção lacrimal;
  • Sensibilidade à luz;

Como tratar o Glaucoma?

O tratamento do Glaucoma pode ser medicamentoso ou cirúrgico. O mais comum é com o uso de colírios e remédios de via oral, por indicação de um oftalmologista. A intervenção cirúrgica tem o intuito de reduzir a pressão intraocular.

4. Daltonismo

O daltonismo, ou discromatopsia, é uma anomalia visual e tem como característica a incapacidade de distinguir o vermelho e o verde e, com menos frequência, o azul e o amarelo. Poucos daltônicos têm visão acromática, ou seja, só enxergam tons de branco, cinza e preto. O transtorno é uma condição genética e recessiva, ligada ao cromossomo X. Por isso, raramente, afeta as mulheres, por possuírem dois cromossomos X.

Principais sintomas:

  • Além da dificuldade em distinguir as cores;
  • Incapacidade de perceber variações de tons;
  • Movimentos oculares rápidos.

Tem tratamento?

Ainda não há cura para o daltonismo, embora existam óculos e lentes especiais para ajudar na diferenciação de cores e tons.

5. Miopia

Ocorre quando o formato do globo ocular é mais longo, com a curvatura da córnea mais acentuada. Neste caso, os raios de luz formam a imagem na frente da retina. Assim, a visão dos objetos distantes fica desfocada. A miopia congênita ocorre quando a criança já nasce com esta alteração na córnea, sendo que os graus podem aumentar ao longo da infância.

Principais sintomas:

  • Dificuldade de enxergar de longe;
  • Cansaço visual;
  • Lacrimejamento ocular;
  • Dor nos olhos;
  • Semicerramento dos olhos para enxergar;
  • Tontura;
  • Dor de cabeça.

Para tratar:

A miopia pode ser corrigida por meio de óculos e lentes de contato. Uma vez que os graus estabilizem, o que ocorre normalmente após os 21 anos, a Cirurgia Refrativa pode ser uma opção viável. Com ela, o erro refrativo é definitivamente corrigido, abandonando assim o uso de óculos e lente de contato.

De acordo com o ministério da saúde, 75% dos casos de cegueira são evitáveis ou curáveis. A vantagem da doença ocular congênita é a de poder utilizar o histórico familiar como como diagnóstico e tratamento precoces. Então, lembre-se de investigar seus pais. Não deixe para outra hora, converse com o seu oftalmologista e enxergue seu futuro com olhos saudáveis!