Qual a relação entre a Síndrome de Down e a Saúde dos Olhos?

Muitas pessoas perguntam qual a relação que existe entre a Síndrome de Down e doenças oftalmológicas. Também é comum ver pessoas portadoras desta síndrome usando óculos. Mas você sabe porque isso acontece?

A Síndrome de Down é uma condição genética causada pela presença de três cromossomos 21 nas células dos indivíduos, ao invés de dois. Além de comprometer a parte cognitiva, pessoas com a Síndrome de Down também apresentam algumas características físicas em comum.

Crianças com SD, por exemplo,  tem mais chances de erros refrativos significativos. É o que diz o estudo “Erro de refração, visão binocular e acomodação de crianças com Síndrome de Down”, publicado na revista científica Clinical Experimental Optometry. De acordo com o levantamento, crianças coma síndrome têm de 50% a 80% de chances de desenvolverem problemas de visão.

“Esse estudo mostra que, entre as crianças com Down em idade pré-escolar, 50% tem erros refrativos significativos, com necessidade do uso de óculos Além disso, elas podem apresentar Blefarite, uma inflamação das pálpebras, Catarata Congênita e Estrabismo. Todas estas condições têm a ver com a própria alteração genética e apresentam chances variáveis de aparecimento”, explica Dra. Luisa Hopker, oftalmologista do Hospital de Olhos do Paraná e presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica.

Além dos problemas mencionados acima, crianças com Síndrome de Down tem prevalência maior de desenvolverem principalmente hipermetropia e astigmatismo, e, em menor porcentagem, miopia. A oftalmologista afirma que os pais precisam ficar atentos, pois a maioria das crianças não vão apresentar nenhum sintoma dessas doenças, sendo necessária então a consulta com um especialista. “É muito importante fazer um exame oftalmológico de rotina, iniciando já no primeiro ano de vida, entre 6 a 12 meses, e depois, anualmente. Se constatado o problema visual, o uso dos óculos resolve a grande maioria dos problemas, principalmente quando ocorre o diagnóstico precoce, nos primeiros anos de vida, enquanto o desenvolvimento visual está ocorrendo”, afirma a médica.