Retinopatia Diabética: O que é? Quais os sintomas e formas de tratamento?

A Retinopatia Diabética é uma das grandes causas de cegueira no mundo. Ela é uma das consequências mais comuns do Diabetes, doença que aumentou sua incidência em 16% no ano de 2021. De acordo com uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, 32% dos brasileiros tem medo da cegueira que o diabetes pode causar. É possível perceber que a prevenção à cegueira passa pelo bom controle e prevenção do Diabetes como um todo.

Mas afinal, o que é Diabetes?

O Diabetes é caracterizado pelo alto nível de glicose no sangue. Ele pode ter origem genética (Tipo 1) ou ainda ser uma das complicações da Gravidez (Diabetes Gestacional). Contudo, a origem mais comum do Diabetes é a ingestão excessiva de açúcar, somada ao sedentarismo. Nesta doença o organismo não produz insulina suficiente para controlar a quantidade de açúcar no sangue. O Diabetes é considerado uma doença sistêmica, pois o açúcar elevado no sangue pode afetar órgãos como rins, coração e os olhos.

 O que é a Retinopatia Diabética?

A Retinopatia Diabética é uma complicação do Diabetes que afeta os pequenos vasos da retina. A retina é um tecido fino no fundo do olho, responsável por decodificar as ondas luminosas e transportar estas informações ao nervo óptico, que por sua vez, é ligado ao cérebro. A retina é irrigada por pequenos vasos sanguíneos, que são afetados quando os níveis de glicose no sangue estão altos.

Esta doença ocorre quando estes pequenos vasos sanguíneos são lesionados, devido ao descuido com os níveis glicêmicos. Este sangramento no fundo dos olhos pode causar edemas ou ainda, em casos mais graves, o descolamento de retina. Ao falarmos em sangramentos e descolamento de retina, é comum o paciente pensar que a Retinopatia Diabética causa um incômodo imediato, contudo, na maioria dos casos esta doença em seu estágio inicial é assintomática.

Existem dois tipos de Retinopatia Diabética, são eles:

Retinopatia Diabética não proliferativa: Este tipo de Retinopatia Diabética se refere ao estágio inicial da doença. Nesta fase da doença, ainda não há sintomas perceptíveis e só pode ser visualizada por meio de alguns exames oftalmológicos. Neste momento, ainda não há sangramentos na retina, mas sim, inchaços e obstruções nas veias que, se não forem tratados, podem evoluir para a fase proliferativa.

Retinopatia Diabética proliferativa: Este tipo de Retinopatia Diabética é a fase mais avançada da doença. Neste momento podem ocorrer o nascimento de novos vasos sanguíneos mais frágeis e o rompimento destes vasos causa o sangramento na retina. Em alguns casos podem ocorrer edemas e anormalidades microvasculares na retina.

Quais os principais sintomas da Retinopatia Diabética?

Os sintomas da Retinopatia Diabética tendem a aparecer em seu estágio mais avançado. São eles:

  • Pontos ou manchas flutuantes na visão;
  • Mudanças periódicas na visão, podendo ir de clara à borrada;
  • Alteração de erros refrativos (aumento de grau de miopia, astigmatismo ou hipermetropia);
  • Embaçamento da visão;
  • Dificuldade de enxergar a noite;
  • Perda progressiva da visão periférica.

Tratamento

A Retinopatia Diabética tem como seu principal fator de risco a glicose alta descontrolada. Logo, um dos principais pontos ao tratar o Diabetes é fazer um bom controle do índice de glicemia no sangue. Neste sentido, o acompanhamento com o endocrinologista também é importante para uma boa evolução do tratamento.

Demais tratamentos como a Fotocoagulação a Laser e a Cirurgia de Vitrectomia ajudam a controlar os sangramentos na região da retina.  Além disso, alguns medicamentos intraoculares, como injeção intravítrea, também podem auxiliar nesta redução de sintomas, bem como na desaceleração da doença.

A Retinopatia Diabética é uma complicação grave do Diabetes e pode levar à cegueira. Desde que diagnosticada, o tratamento desta doença é possível, evitando assim a perda de visão. É importante também nestes casos o cuidado multidisciplinar com o endocrinologista e nutricionista, bem como a manutenção de bons hábitos como alimentação saudável e exercícios físicos.