O verão começa oficialmente no próximo dia 22 de dezembro, mas os dias de calor intenso estão aí e chamam a atenção para um problema na visão que costuma acontecer muito nessa época do ano, a Ceratite. Trata-se de uma inflamação do epitélio, camada mais superficial da córnea (estrutura transparente localizada na parte anterior do globo ocular, ou seja, na frente do olho). A doença pode ser infecciosa ou não. 

Uma das causas mais comuns da Ceratite é o olho seco, ou seja, quando o organismo da pessoa não produz lágrimas de forma adequada, fato este que deixa a córnea exposta e assim predispõe o problema. Outras causas são os traumas oculares, conjuntivites e uso incorreto de lentes de contato. Quem está com Ceratite costuma sentir um grande desconforto ocular. Entre os principais sintomas estão o olho vermelho, lacrimejamento excessivo, dor ao piscar, sensação de areia nos olhos, visão embaçada e sensibilidade à luz. Todos esses sintomas causam um embaçamento visual, diminuindo assim a qualidade de visão da pessoa. O diagnóstico da Ceratite é realizado pelo oftalmologista a partir desses sintomas e do exame de lâmpada de fenda.

Tratamento

O tratamento depende da causa da Ceratite. Normalmente são usados colírios lubrificantes, colírios antibióticos e, se necessário, colírios com corticoide e gel ocular.  O oftalmologista irá prescrever o mais adequado de acordo com o caso. Normalmente há necessidade de retornos para avaliar evolução do quadro. “Trata-se um quadro oftalmológico reversível após um diagnóstico correto e tratamento adequado. Porém, é necessário que o paciente, ao notar esses sintomas, procure um oftalmologista o quanto antes”, afirma a oftalmologista do Hospital de Olhos do Paraná, Dra. Rochelli Scalco. 

Estudos oftalmológicos apontam que a incidência de Ceratite é de 299 casos para cada 100 mil habitantes. “Vale lembrar que uma doença é considerada rara se a incidência é de 65 casos para 100 mil pessoas. A Ceratite está bem acima disso”, pontua Dra. Rochelli. Sobre o aumento do número de casos da doença no verão, a explicação está na maior exposição da córnea aos raios UVA e UVB, e ao contato dos olhos com água contaminada. “A dica então é usar óculos de sol com filtro solar, quem usa lentes de contato deve tirá-las para entrar no mar ou na piscina, pois nesse caso pode haver uma contaminação ao entrar em contato com a água. Se possível, utilizar nesses casos óculos de mergulho. É importante também evitar coçar os olhos e higienizar as mãos com frequência”, aconselha a especialista.