Retinoblastoma: diagnóstico precoce pode prevenir a cegueira em crianças

Este tipo de câncer atinge crianças e a sua descoberta prematura aumenta as chances de cura

 

O Retinoblastoma é um tumor maligno raro originário das células da retina que pode atingir um ou ambos os olhos. Esse câncer acomete, geralmente, crianças com idades entre 0 a 5 anos e corresponde, de acordo com o Ministério da Saúde, a 3% dos cânceres infantis, chegando a cerca de 400 casos por ano.

Ainda segundo os dados, entre 60% e 75% dos casos de retinoblastoma são esporádicos, ou seja, quando uma célula sofre mutação e passa a se multiplicar descontroladamente. Essa forma de retinoblastoma geralmente aparece em crianças com mais de 1 ano de idade. Os demais casos são hereditários e a criança tem uma mutação em um gene supressor de tumor que está presente em todas as células de seu corpo.

Um dos principais sintomas da doença é a leucocoria: reflexo branco na pupila, conhecido como ‘sinal do olho de gato’. Essa mancha esbranquiçada indica que uma fonte luminosa está incidindo sobre a superfície do tumor e impede a passagem de luz, fazendo com que as vias óticas não se desenvolvem e atrofiem.

A leucocoria é notada, muitas vezes, em fotos com flash sobre os olhos ou através da dilatação da pupila com luz artificial. Outros sintomas que podem aparecer são estrabismo, vermelhidão, deformação do globo ocular, baixa visão, conjuntivite, inflamações, dor ocular.

Quando o leucocoria é perceptível é sinal que a doença está em estágio avançado, diminuindo as chances de cura naquele olho. Por isso, o acompanhamento oftalmológico em crianças é imprescindível. Alguns sintomas como sensibilidade à luz (fotofobia) ou estrabismo, por exemplo, podem indicar que a criança tem a doença.

Existem três tipos de Retinoblastoma:

Unilateral: afeta um olho e representa entre 60% e 75% dos casos. Destes, 85% são da forma esporádica da doença, e os demais são casos hereditários.;

Bilateral: afeta os dois olhos, quase sempre é hereditário e costuma ser diagnosticado bem mais cedo que o unilateral;

PNET (tumor neuroectodérmico primitivo) ou retinoblastoma trilateral: ocorre quando um tumor associado se forma nas células nervosas primitivas do cérebro. Esse tipo só atinge crianças com retinoblastoma hereditário bilateral.

A Retinoblastoma, na maioria dos casos, tem cura. Os tumores pequenos podem ser tratados com métodos especiais, como laserterapia e crioterapia, que permitem que a criança continue a enxergar normalmente. Naqueles mais avançados, pode haver a necessidade de retirada do olho (enucleação) e a criança pode precisar de quimioterapia e/ou radioterapia.

O diagnóstico precoce é importantíssimo, pois possibilita o tratamento adequado e aumenta as possibilidades de preservar a visão e a vida da criança que tenha a doença.

Muitos cuidados são essenciais com os olhos das crianças como o Teste do Olho Vermelho na maternidade e as consultas periódicas com o oftalmologista. Com o objetivo de alertar e conscientizar a população sobre a doença, o dia 18 de setembro foi instituído como Dia Nacional de Conscientização do Retinoblastoma.