Uma mesma pessoa com cores diferentes dos olhos não é algo comum de se ver. Trata-se de uma anomalia genética rara, que atinge apenas 1% da população mundial, e recebe o nome de Heterocromia ocular – que em latim significa “cores diferentes”. Segundo estudos oftalmológicos, seis a cada mil pessoas apresentam esta condição, na qual a pessoa apresenta olhos com pigmentações distintas.
A Heterocromia pode ser hereditária, relacionada ou não a uma síndrome crônica, ou então ser adquirida ao longo da vida. Quando ela provém de uma alteração genética, a mutação ocorre no gene EYCL3, localizado no cromossomo 15, sequência do DNA que indica a quantidade desse pigmento no olho. Já quando ela é adquirida, geralmente a condição se dá após a primeira infância, podendo se manifestar até mesmo na fase adulta do indivíduo.
Quando não aparecem desde o nascimento, os olhos de cores diferentes também podem indicar outros problemas oculares, tais como: tumores, Glaucoma, inflamação nos olhos, Uveíte, Diabetes, Neurofibromatose, Síndrome de Horner ou Síndrome de Waardenburg. Nesses casos, é necessário consultar um oftalmologista para que seja feito o diagnóstico correto e indicar o tratamento adequado.
Diagnóstico
Quando é ocasionada por uma alteração genética, a Heterocromia costuma ser diagnosticada após os 2 anos de idade, no momento em que a íris adota seu tom definitivo de coloração. A condição se manifesta de três formas diferentes: setorial ou parcial, central ou completa. A primeira é mais comum em um dos olhos, e ocorre quando a íris apresenta duas cores distintas, com uma dominante e o toque de uma segunda cor. Geralmente, a mesma íris tem duas cores, que parece uma mancha no interior da cor dominante.
A central, popularmente conhecida como “olho de gato”, a íris apresenta dois ou mais círculos coloridos ao redor da pupila. Já a completa, o tipo mais raro da doença, acontece quando os dois olhos apresentam cores totalmente diferentes, como um olho verde e um castanho, por exemplo. Esta é a categoria que mais chama a atenção, devido a estranheza que ela costuma causar.
Riscos e tratamento
Pelo fato de ser benigna, esta anomalia não provoca nenhum tipo de transtorno ocular ou perda de visão. O único sintoma conhecido é a diferença na coloração dos olhos. Por se tratar de uma condição mais “estética”, por assim dizer, ela não requer um tratamento específico. Se a pessoa se sentir incomodada com esta diferença na cor dos olhos, é possível contorná-la com a utilização de lentes de contato coloridas.