Hanseníase pode afetar permanentemente a visão. Saiba os cuidados que se deve tomar

Estudos recentes da área médica trouxeram um dado preocupante: estima-se que hoje existam 250 mil pessoas no mundo cegas ou com problemas graves na visão devido à Hanseníase. Entre os que possuem a doença, cerca de 4% a 11% acabaram perdendo a visão devido à uma série de complicações – lesões nos nervos, na córnea ou inflamações oculares. Causada pela Mycobacterium Leprae, a Hanseníase é uma doença crônica que afeta sobretudo a pele e os nervos. Dependendo do estado imunológico da pessoa, a doença pode se manifestar somente como uma mancha única na pele, até a casos mais graves, com a presença de nódulos, úlceras e pápulas.

Quando os nervos são acometidos pela Hanseníase, a pessoa apresenta uma perda de sensibilidade à dor – um dos mecanismos de defesa mais importantes do corpo humano. Além deste, a doença apresenta outros sintomas, tais como:  manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele com perda de sensibilidade para calor, dor ou tato; formigamentos, agulhadas, câimbras ou dormência nas pernas e braço; redução da força muscular; feridas que demoram muito a curar, principalmente em pés e mãos; áreas da pele muito ressecadas, que não suam e com queda de pelos; coceira ou irritação nos olhos;

Quando a Hanseníase atinge o estágio de afetar a visão, os danos são grandes. A doença lesiona o nervo craniano trigêmeo: as bactérias podem lesar esse nervo, reduzindo a sensibilidade da córnea e afetando o reflexo de piscar. Outra lesão ocorre no nervo craniano facial, fazendo com que o paciente fique impossibilitado de fechar totalmente a pálpebra, aumentando assim o risco de infecções. Além destas, outras estruturas oculares também podem ser atingidas, causando graves comprometimentos devido à reação imunológica ocasionadas pela doença.

Tratamento

O tratamento da Hanseníase deve ser realizado imediatamente após a confirmação do diagnóstico, e envolve a associação de três antimicrobianos via oral: rifampicina, dapsona e clofazimina. Essa associação é denominada Poliquimioterapia. O tratamento é feito nas unidades de saúde e é gratuito. A exemplo de outras doenças, a cura se torna mais fácil e rápida quanto mais precoce for o seu diagnóstico. Os pacientes diagnosticados com Hanseníase precisam realizar visitas periódicas ao oftalmologista para a detecção precoce e tratamento de possíveis lesões oculares causadas pela doença.