Coçar os olhos é um hábito corriqueiro a milhares de pessoas em todo o mundo. Esse gesto aparentemente inofensivo, porém, pode desencadear um grave problema na visão: o Ceratocone.
Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a cada 100.000 pessoas no mundo, de 4 a 600 desenvolvem o Ceratocone, caracterizado pela mudança na estrutura da córnea, que se torna mais fina e curvada, lembrando o formato de um cone, daí o nome. Se não tratada adequadamente, a doença continua a evoluir até precisar do transplante.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Ceratocone, entre os mais de 23 mil transplantes realizados por ano no Brasil, mais de 13 mil são de córnea. O Ceratocone é apontado como a principal causa de transplantes de córnea. O diagnóstico do Ceratocone é feito pelos exames de topografia de córnea (que irá mostrar se há um astigmatismo irregular) e paquimetria (que irá diagnosticar se há o afinamento da córnea)
Após diagnosticado, o tratamento abrange dois pilares: um deles para inibir a progressão da doença e o outro para melhorar a visão do paciente.
O Crosslinking é o tratamento utilizado na tentativa de estabilização do Ceratocone, afim de evitar seu avanço. “É uma intervenção para fortalecer as moléculas de colágeno da córnea e evitar que ela continue se curvando e afinando.” explica a oftalmologista e diretora do Hospital de Olhos do Paraná, Dra. Luciane Moreira
Já para melhorar a visão podemos utilizar óculos, implantes de anéis intraestromais, em casos mais avançados, o transplante de córnea.
A escolha do tratamento vai depender do caso e da evolução da doença, e é decidida pelo oftalmologista. Atualmente, com o avanço da medicina, o paciente tem à disposição tecnologias com as quais é possível diagnosticar e tratar o Ceratocone afim de impedir sua evolução. Contudo, para que tal tratamento seja feito de maneira adequada, é imprescindível o acompanhamento periódico junto ao oftalmologista.