Segundo a Organização Mundial da Saúde, o descolamento da retina está entre as principais causas de cegueira evitável do mundo, sendo que, das 161 milhões de pessoas com visão reduzida, 75% teriam a função recuperada com intervenção médica no estágio inicial do problema. Sem uma avaliação adequada, a condição leva à perda parcial e até total da visão. Para se ter uma ideia, cerca de 20 mil brasileiros têm descolamento de retina por ano. O dado é da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os sintomas de descolamento de retina muitas vezes são confundidos com outros problemas oculares, como as moscas volantes, aqueles pontinhos pretos que aparecem quando você olha para uma superfície mais clara. No entanto, há outras características relatadas pelos pacientes, como perda parcial e gradativa do campo de visão periférica, “apagões” de curta duração, vista embaçada e sensibilidade à luz. Do lado de fora dos olhos, os sintomas podem incluir vermelhidão, pupilas dilatadas e até sangramento.
Como acontece o descolamento de retina?
O descolamento de retina ocorre quando parte desta estrutura se desprende da parte posterior do globo ocular. O problema tem início devido à separação do inicial do humor vítreo, uma substância gelatinosa que fica entre o cristalino e a retina e tem como principal função manter o formato esférico dos olhos. Essa substância se encolhe, separando-se da retina.
A progressão desta separação vai aumentando o descolamento da retina até que ela se levante completamente e, por isso, o quadro é considerado uma emergência oftalmológica: não há um tempo certo entre o início dos sintomas e a perda da visão. Vale destacar que o descolamento pode ser causado pelo processo natural de envelhecimento do globo ocular – nestes casos, a evolução pode parecer um pouco mais lenta; mas também há casos em que a retina se descola após um trauma, como uma pancada na cabeça ou na região dos olhos.
O que fazer?
Como a evolução do descolamento da retina varia para cada pessoa, é essencial procurar atendimento oftalmológico assim que perceber sintomas como borrões, flashes de luz ou apagões visuais rápidos. O quadro não costuma provocar dor e o tratamento é feito por intervenção cirúrgica – atualmente, equipamentos modernos a laser proporcionam resultados rápidos e indolores. Durante o procedimento que dura em torno de uma hora e meia, o cirurgião faz a drenagem do líquido que vazou, posiciona a retina de volta no lugar e faz uma fotocoagulação a laser para acelerar a cicatrização.
Embora possa acontecer com qualquer pessoa em qualquer fase da vida, o descolamento de retina é mais comum entre idosos e pacientes com alto grau de miopia. Em 90% dos casos, quem tem descolamento de retina pode ter catarata – daí a necessidade de acompanhamento regular mesmo que o problema tenha sido tratado.