A fotografia de caso de um paciente de 58 anos portador de doença rara na retina atendido por intermédio do SUS, no Hospital de Olhos do Paraná (HOP), foi capa da mais importante revista científica de Oftalmologia do país, a “Arquivos Brasileiros de Oftalmologia” (maio/junho de 2018). A publicação é oficial do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Os médicos responsáveis pelo atendimento foram os Drs. Carlos Augusto Moreira Júnior, chefe do Serviço de Retina do HOP; e Raphael Pereira da Silva, fellow em Retina do HOP. Para ambos, a publicação ratifica a qualidade e a tradição do Hospital de Olhos em todas as áreas da Oftalmologia.
Os dois médicos lembram que as imagens foram obtidas na Unidade do SUS Visconde de Nacar, em janeiro de 2018. Ao examinarem o fundo de olho do paciente e realizarem exames complementares de retinografia colorida e angiografia retiniana, os Drs. Moreira Júnior e Raphael Pereira da Silva confirmaram que se tratava de um tipo raro de distrofia, denominado Coroideremia.
Deram início ao tratamento, que incluiu a observação, acompanhamento e orientações para visão subnormal; e encaminharam o caso para análise dos editores da “Arquivos Brasileiros de Oftalmologia”.
A doença
A Coroideremia é uma doença hereditária que causa a progressão da perda da visão, devido à degeneração da retina e coróide. Ocorre quase que exclusivamente em homens e, na infância, a cegueira noturna é o sintoma mais comum. Conforme progride, a Coroideremia leva à perda da visão periférica e, posteriormente, perda da visão central.
Apesar de degenerativa, a Coroideremia pode, em alguns casos, ser detectada no pré-natal. Recomenda-se que os membros de uma família com histórico da doença consultem um oftalmologista e procurem aconselhamento genético.