Câncer de pele também pode ocorrer nas pálpebras. Muito cuidado!

Câncer de Pele

Segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil deve ter 700 mil novos casos da doença nos próximos dois anos. Ainda de acordo com o levantamento, o tipo de câncer com mais registros no país é o de pele não melanoma, com 31% do total. Muitos não sabem, mas o câncer de pele também pode atingir a região das pálpebras. A boa notícia é que estes casos são mais raros de acontecerem e também são diagnosticados de forma mais precoce que nas outras regiões do corpo – por estarem mais aparentes -, o que é muito importante para o tratamento e as possibilidades de cura.

Esses tumores na região podem ser tanto malignos quando benignos, incluindo tumores de células basais (CBC), tumores de células escamosas (CEC) e também o melanoma. Vários fatores estão relacionados ao surgimento do câncer nessa parte do corpo. A causa mais comum é a exposição aos raios ultravioleta (UV), sobretudo naquelas pessoas com pele clara e histórico de queimaduras solares. O envelhecimento também é um fator de risco para o desenvolvimento da doença, o que está vinculado, ao aumento da longevidade e expectativa de vida.

Os dois principais tumores malignos palpebrais causados pela exposição à luz solar são o carcinoma basocelular (CBC) responsável por aproximadamente 80 a 90% das lesões malignas das pálpebras, seguido pelo carcinoma espinocelular (CEC) responsável por 5 a 10% dos casos de tumores nessa região. Com incidência bem menor quando comparado com o basocelular, o carcinoma espinocelular é mais agressivo e perigoso. Isso porque ele apresenta crescimento mais rápido e pode se espalhar através da inervação, apresentando metástase em torno de 5 a 16% dos casos e recidiva local em torno de 8 a 15% dos casos após tratamento. Já o carcinoma basocelular tem crescimento mais lento e, em raras vezes, evolui para metástases – em torno de 0,01% dos casos.

Sintomas e diagnóstico

Os sintomas dos tumores palpebrais são variados, e vão desde um aparecimento de pequena lesão com inchaço na pálpebra, vermelhidão, dor, dificuldade para abrir o olho, até mudanças na textura ou cor da pele da pálpebra, com sangramento e secreção. Nesses casos, é preciso consultar um oftalmologista imediatamente. O diagnóstico é feito através de um exame físico da região afetada, incluindo também a coleta de amostras de tecido para análise laboratorial, bem como exames de imagem (tomografia computadorizada ou ressonância magnética).

Tratamento

O tratamento mais indicado para a doença é a remoção do tumor através de cirurgia. Para casos de tumores mais avançados ou na hipótese de a remoção cirúrgica ser inviável, tratamentos como radioterapia e quimioterapia podem ser indicados. A exemplo de outros tipos de câncer, a chance de cura dos tumores palpebrais é maior quando a doença é descoberta precocemente. De uma forma geral, os tumores removidos precocemente têm um prognóstico excelente, com taxas de cura bastante elevadas, diferente de tumores avançados onde a remoção por completo fica comprometida.