Imagine uma doença silenciosa e que pode causar cegueira. O Glaucoma tem essa característica preocupante. Contudo, a boa notícia é que esta é uma doença que pode ser tratada e complicações como a perda de visão podem ser prevenidas.
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Antes de falarmos do Glaucoma é preciso entender a importância do nervo óptico. O nervo óptico é uma estrutura localizada no fundo do olho responsável por conectar nossos olhos ao nosso cérebro. Ele é formato por milhares de fios denominados axônios, que ficam posicionados ao fundo do globo ocular. Ou seja, o nervo óptico é como um fio condutor que leva impulsos criados na retina para o córtex cerebral.
Glaucoma
O Glaucoma é uma doença que afeta o nervo óptico e tem como principal causa o aumento da pressão intraocular. O conceito de pressão intraocular elevada e Glaucoma facilmente se confundem. Portanto, é importante lembrar que uma pessoa com pressão intraocular elevada não necessariamente tem Glaucoma, pois o que caracteriza a doença é a presença de lesões ao nervo óptico. Existem três tipos de Glaucoma:
Tipos de Glaucoma
Glaucomas de ângulo aberto:
é o tipo mais comum. Devido a uma disfunção do sistema de drenagem, existe aumento da pressão intraocular, e consequente lesão no nervo óptico. Este tipo de Glaucoma evolui de forma lenta e gradual, e normalmente é assintomático.
Glaucomas de ângulo fechado
é um tipo de Glaucoma que evolui mais rapidamente e, em alguns casos, pode ser considerado até mesmo uma emergência oftalmológica. Ele é caracterizado por um bloqueio do sistema de drenagem dos olhos. Seus sintomas são: Dor, olhos vermelhos e embaçamento visual.
O Glaucoma de ângulo fechado pode ter quadro agudo ou crônico. Em casos de quadro agudo ele é considerado uma emergência oftalmológica pois, se não for tratado a tempo, pode levar à cegueira de forma rápida.
Glaucoma infantil
Este é o tipo mais raro de Glaucoma e pode ser causado por uma mal formação do sistema de drenagem do humor aquoso. Seus sintomas são lacrimejamento, fotossensibilidade e alteração no brilho e tamanho dos olhos e o tipo mais comum é o Glaucoma Congênito Primário É importante ressaltar que esta doença é uma das que pode ser diagnosticada pelo teste do Olhinho feito no recém-nascido ainda na maternidade.
Tratamentos
O tratamento do Glaucoma pode ser tanto medicamentoso quanto cirúrgico, e apenas o oftalmologista pode indicar qual o mais indicado para cada caso. O tratamento mais comum principalmente para o Glaucoma de ângulo aberto é por meio do uso de colírios que, em alguns casos, podem ser complementados com remédios de via oral. É importante relembrar que esta forma de tratamento depende do tipo de Glaucoma, bem como de seu avanço.
Existem alguns tratamentos cirúrgicos para o Glaucoma, com o intuito de reduzir a pressão intraocular. São elas:
Trabeculectomia:
É construída uma comunicação entre o espaço interno do olho, no espaço subconjuntival. Atualmente é uma das técnicas mais comuns usadas para o tratamento desta doença.
Trabeculoplastia Seletiva a Laser (SLT):
Esta técnica consiste em uma intervenção a laser no trabeculado (responsável pela drenagem do humor aquoso) permitindo um melhor escoamento e reduzindo a pressão intraocular. Esta técnica pode reduzir até 30% da pressão intraocular e pode ser feita mesmo em casos de menor complexidade.
Cirurgias Ciclo Destrutivas:
Este procedimento cirúrgico é utilizado em casos refratários, ou seja, que não se resolvem com outros tipos de tratamento. Ele é indicado para o alívio da dor ou em casos nos quais a complicação da perda visual já se faz presente.
Cirurgia Minimamente Invasivas MIGS:
Esta cirurgia estimula a drenagem do humor aquoso por meio do implante de um dispositivo no interior do olho. Este tipo de cirurgia normalmente é indicado para casos leves a moderados. Existem várias técnicas de Cirurgia Minimamente Invasiva, a mais adequada para cada caso é definida pelo oftalmologista.
Existem ainda outros tipos de cirurgia para tratar o Glaucoma como o Implante Valvular e a Iridotomia periférica a laser.
O Glaucoma, apesar de ser uma doença que pode causar a cegueira reversível, possui diversos tratamentos disponíveis e que podem evitar tais complicações. Ele é uma doença silenciosa, portanto a consulta regular com o oftalmologista é essencial na sua prevenção e tratamento.