Nos primeiros meses de vida pode causar grave redução da visão. Saiba como prevenir a doença
Com a confirmação de surto ativo de sarampo no país, médicos oftalmologistas alertam para as sequelas mais graves da doença que podem levar ao comprometimento da visão. Isso se deve ao fato de a conjuntivite ser um dos mais frequentes sinais do sarampo, deixando os olhos bem avermelhados, pálpebras inchadas, lacrimejamento e com possibilidade de infecção.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 110 mil pessoas morreram de sarampo em 2017, predominantemente crianças menores de 5 anos. Dados preliminares mostram que os casos notificados de sarampo no mundo cresceram 300% nos primeiros três meses deste ano, em comparação com o mesmo período em 2018, sendo que a OMS estima que ao menos 1 em cada 10 casos são reportados no mundo.
Integrante do Serviço de Oftalmopediatria e Estrabismo do Hospital de Olhos do Paraná, Dra. Dayane Issaho explica que o risco é maior no caso de gestantes que podem transmitir a doença ao bebê através da placenta, aumentando o risco de alterações do nervo ótico ou na retina, podendo levar à cegueira. Já no caso da criança que adquire a doença nos primeiros meses de vida, antes de ser vacinada, o risco maior é de lesões na córnea. “Essa criança provavelmente não ficará cega. O tratamento é com corticoide. Se for grave, pode ser necessário um transplante de córnea para garantir a recuperação da visão”, alerta.
Prevenção
A oftalmologista destaca que o risco deixa de existir uma vez que o bebê recebe a imunização, que deve ser feita com a “dose zero” a partir dos seis meses de vida, com a tríplice viral aos 12 meses e com a tetra viral aos 15 meses de idade. “Depois de vacinado, o bebê tem risco praticamente nulo de ficar com dano ocular, mesmo se pegar a doença”, afirma a médica.
Para evitar sequelas mais graves nos bebês a dica da especialista é manter atenção sobre os sintomas típicos do sarampo: manchas brancas na mucosa da boca, febre, tosse, coriza, febre alta e manchas vermelhas no rosto, atrás da orelha e depois no tronco. “Bebês com estes sintomas devem ter acompanhamento de um oftalmologista”, salienta Dra. Dayane Issaho.